O Grupo de Pesquisa “Patrimônio e Pertencimento”, tem focado seus trabalhos junto à comunidade de Santa Cruz dos Navegantes e a comunidade do Góes, duas áreas vicinais à Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá, Estado de São Paulo.
O ambiente que circunda um bem patrimonial recebe tecnicamente o nome de Zona de Amortecimento. A relação que esse ambiente e seus usuários têm de apropriação afetiva do patrimônio, o uso e a incorporação da edificação em suas histórias de vida, no fluxo de discurso de suas narrativas orais é a principal evidência do elemento-chave para o processo de validação do valor universal daquele bem, o Pertencimento.
As visitas à Fortaleza e a interação com as comunidades, seja no registro de suas identidades ou na captação plástica dos detalhes que caracterizam a edificação e sua presença e relação com os usuários, faz com que surja uma intenção coletiva de preservação. Dá-se estímulo à sensibilidade histórica reativa, na memória de cada um, no coletivo dos habitantes e dos usuários do sítio histórico.
O Grupo entende que a garantia da preservação de um patrimônio passa pela ressignificação ativa constante de sua presença na vida da comunidade que dele se apropria. O ser humano preserva o que lhe é caro e aquilo que tem marca presente em sua história de vida, por isso é importante compreender tal relação e eventualmente propor uma solução de uso construtiva e benéfica para todas as partes envolvidas.
A partir do mapeamento da região em termos cadastrais e do reconhecimento de suas fragilidades e pontos fortes, e de uma coleta aprofundada de informações de cunho histórico e iconográfico, bem como de sua análise crítica, adicionada a uma série de palestras com convidados especialistas no tema, devidamente fichadas e incorporadas ao conhecimento do grupo, desenvolveu-se três projetos:
• Educação Patrimonial: Fortaleza da Barra Grande – Presença, Memória e Relação com a Comunidade
• Patrimônio, História e Imaginário Local
• Olhares sobre o patrimônio
Nossos
Projetos
Educação Patrimonial
O projeto tem como objetivo fomentar o senso de pertencimento das comunidades da Zona de Amortecimentos da fortificação, identificando as narrativas que dão sustentação às formas pelas quais o patrimônio se constrói e reconstrói constantemente.
O resgate das histórias orais, costumes e lendas contribui para o senso de pertencimento e orgulho do habitante daquele território, por isso o projeto trabalhou com o estímulo de jovens estudantes do ensino fundamental para ressignificar a relação histórica com a Fortaleza, criando laços novos com a comunidade e com o Patrimônio.
Patrimônio, História e Imaginário Local
A gamificação da história e das lendas locais que envolvem a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande e sua área de amortecimento é o principal objetivo do Projeto.
A proposta é a realização de eventos de lazer e recreação que utilizam o sítio histórico como cenário.
A presença de um patrimônio histórico influencia na paisagem urbana e suscita relações com os moradores de sua área de amortecimento e da região no qual ele se insere.
O projeto faz uso de metodologias contemporâneas focadas na criação de produtos que tenham valor para determinado grupo e que possibilitem a fusão das realidades históricas e as do imaginário das populações que convivem com o bem tombado - a Fortaleza.
Os produtos são jogos de RPG (Role-Playing Game) direcionados à população jovem da região possibilitando que a realidade histórica, as lendas locais e as experiências pessoais dos jogadores criem novas narrativas a cada evento realizado, ampliando a relação de pertencimento dos participantes com o espaço urbano que os envolve.
Olhares sobre o Patrimônio
Pensar o patrimônio implica inseri-lo num contexto social, cultural, político e econômico que compõe uma teia de relações que se tencionam no território. Desde a sua materialidade, mais comum e perceptível, até a imaterialidade, vista nas tradições e naquilo que os olhos nem sempre conseguem ver, o patrimônio é escolha.
Compreender a inserção da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande como patrimônio cultural; entender a relação entre o patrimônio e a comunidade que compõe a zona de amortecimento e analisar a relação entre patrimônio cultural e habitação são os objetivos deste Projeto.